08/04/2010

"IPCA não tem futuro"

Braga da Cruz, presidente do Conselho Geral da Universidade do Minho, defende fusão do IPCA com a UM.
Está relançada a polémica sobre a eventual integração do Instituto Politécnico do Cávado e Ave (IPCA) na Universidade do Minho (UM). Agora foi a vez do presidente do Conselho Geral da UM, Luís Braga da Cruz, dar uma entrevista onde ataca a viabilidade do politécnico caso os seus responsáveis não optem pela "fusão".
Em declarações ao Programa Campus Verbal, da Rádio Universitária do Minho, o dirigente, embora ressalvando que a sua posição não compromete a instituição, traça um cenário negro para o IPCA: "Se a UM hoje tem dois pólos com grande excelência, porque é que não há-de ter um terceiro pólo em Barcelos? A integração do IPCA tem toda a lógica. Haver um terceiro pólo com a qualidade da UM, com a chancela da UM em Barcelos, podia aumentar o número de cursos e ter um impacto positivo na cidade". Braga da Cruz prossegue dizendo não ser conveniente que a decisão seja tomada "de cima para baixo", criando "inimizades e controvérsia", adiando, assim, a "consumação de uma boa medida". O líder do Conselho termina dizendo ser necessário "negociar com as autoridades de Barcelos e fazer-lhes ver que é muito mais vantajoso estarem integrados na UM do que terem um politécnico que não tem futuro".
Recorde-se que em Dezembro, o presidente da Comissão Instaladora, João Carvalho, disse ao BP que a questão da integração só fazia sentido voltar a ser discutida após a conclusão do processo de instalação da direcção (previsto para o Verão). Isto depois de se conhecer as posições contraditórias da Associação Europeia de Universidades (a favor) e da OCDE (contra).
UM apresenta 17 cursos pós-laboral: concorrência ao IPCA?
Estas declarações aparecem praticamente na mesma altura em que foram apresentados, publicamente, 17 novos cursos de licenciatura e mestrado em regime de pós-laboral para o próximo ano lectivo, alguns deles em áreas onde o IPCA é forte, como é o caso de Contabilidade e Finanças. No último ano lectivo, o politécnico era a academia pública do Minho com maior oferta de licenciaturas em pós-laboral, com 50 por cento dos seus estudantes nesse regime. Contactado pelo BP, João Carvalho optou por não responder a nenhuma das questões colocadas.

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