17/02/2009

O estado do Estado

«Para o Governo X não há muitas soluções para além de um programa muito severo de austeridade, com um aumento drástico de impostos, e uma redução acentuada do nível de vida. Uma geração inteira que nunca conheceu senão sucessivos "apertares de cintos" com a promessa da "luz ao fundo do túnel", com "sacrifícios" exigidos com a contrapartida de benefícios futuros já percebeu, com revolta ou passividade, que no fim pressuposto do ciclo dos "sacrifícios" não há senão outros sacrifícios. O empobrecimento das famílias atinge toda a gente da classe média para baixo e apenas os funcionários públicos, a quem o Estado garantia o emprego, não sentiam os aspectos mais duros da crise. No entanto, todos desconfiavam que essa situação iria mudar, mesmo para quem se pensava protegido, porque o Governo anterior tinha comprometido milhões e milhões de euros e prometido muitos mais, sem que se visse qualquer resultado na economia. E agora não havia dinheiro, nem para manter o Estado.»
Por Pacheco Pereira, in Público

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